segunda-feira, 10 de março de 2008

O Império da vaidade.




O prazer é físico, independentemente do físico que se tenha: namorar, tomar milk-shake, sentir o sol na pele, carregar o filho no colo, andar descalço, ficar em casa sem fazer nada.


Os melhores prazeres são de graça.


A conversa com o amigo, o cheiro de uma flor, a rua vazia de madrugada, e a humanidade sempre gostou de conviver com eles.


Ter um momento de prazer é compensar muitos momentos de desprazer.


Relaxar, descansar, despreocupar-se, desligar-se da competição, da áspera luta pela vida.


Isso é prazer.




Mas vivemos num mundo onde relaxar e desligar-se se tornou um problema.


O prazer gratuíto, espontâneo, está cada vez mais difícil.O que importa, o que vale é o prazer que se compra e se exibe, o que não deixa de ser um aspecto da competição.


Estamos submetidos a uma cultura atroz, que quer fazer-nos infelizes, ansiosos e neuróticos.