quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O Mapa

O mapa


Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...


(E nem que fosse o meu corpo!)


Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...


Ha tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Nas ruas que não andei
(E ha uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)


Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso


Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)


E talvez de meu repouso...

(Mário Quintana)

.


Das Utopias.






Se as coisas são inatingíveis... ora!


não é motivo para não quere-las...


Que tristes os caminhos, se não fora


a magica presença das estrelas!



.


Eu acho Mário Quintana um grande.
Foi um grande poeta, daqui do sul.

Adoro os seus p0emas.